A biofilia nas escolas tem vindo a emergir como um conceito vital para aprimorar o ambiente de aprendizagem de crianças e jovens. À medida que as instituições de ensino procuram criar espaços educativos mais eficazes, a incorporação da biofilia - que abrange benefícios como o desenvolvimento cognitivo, o bem-estar emocional e a responsabilidade ambiental -, tem-se tornando cada vez mais relevante. Neste artigo, exploramos, apresentando suporte científico, os benefícios da biofilia na educação, destacando como esta pode contribuir para o florescimento educacional das crianças.
Biofilia nas Escolas
Na jornada pela melhoria da qualidade da educação, a introdução da "Biofilia nas Escolas" representa um passo significativo em direção a um ambiente de aprendizagem enriquecedor. Esta abordagem inovadora valoriza a conexão profunda entre os alunos e a natureza, reconhecendo os benefícios tangíveis que ela traz para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social de crianças e jovens. Ao incorporar elementos naturais, como plantas, jardins e espaços ao ar livre, nas instalações escolares, estamos a cultivar um terreno fértil para o florescimento educacional, onde os estudantes podem crescer, aprender e prosperar em harmonia com o mundo natural que os cerca.
Desenvolvimento Cognitivo e Biofilia
O impacto da Biofilia no desenvolvimento cognitivo dos alunos é notável e de grande relevância. A presença de elementos naturais, como plantas, árvores e a interação com a biodiversidade, desempenha um papel fundamental no estímulo ao desenvolvimento cognitivo de crianças e jovens. Estudos, como os conduzidos por Kuo (2001), referem que o contato com a natureza está intrinsecamente ligado a melhorias significativas na capacidade de resolução de problemas, criatividade e pensamento crítico dos alunos. O ambiente rico em elementos naturais desafia a mente das crianças, incitando-as a observar padrões na natureza, fazer conexões entre diferentes conceitos e promover uma compreensão mais profunda do mundo que as cerca.
Além disso, a presença de elementos da natureza no ambiente escolar, inspira a curiosidade e a resolução de problemas. As crianças são naturalmente incentivadas a fazer perguntas, explorar fenómenos naturais e procurar respostas. Isso não só contribui para um melhor desempenho escolar, como também nutre habilidades valiosas, como o pensamento crítico e a criatividade. Ao incorporar a biofilia no ambiente educacional, preparamos os alunos para se tornarem pensadores independentes, curiosos e capazes de enfrentar os desafios complexos do mundo, com confiança e entusiasmo pelo processo de aprendizagem.
Bem-Estar Emocional e Biofilia
Projetar o ambiente de aprendizagem com elementos naturais tem impacto no bem-estar emocional dos alunos, especificamente:
Redução do Stress e Ansiedade: A presença de elementos naturais ajuda a criar ambientes escolares saudáveis, reduzindo os níveis de stress e ansiedade entre os alunos (Wells, 2000). A natureza promove a tranquilidade, permitindo aos alunos desenvolverem o seu bem-estar emocional e aprenderem a lidar melhor com as pressões da vida escolar.
Melhoria no Comportamento: Pesquisas indicam que a biofilia nas escolas pode contribuir para a melhoria no comportamento dos alunos, reduzindo atitudes agressivas e impulsivas (Taylor et al., 2001) - criando uma atmosfera harmoniosa propícia para a aprendizagem.
Biofilia e Desenvolvimento Socio-Emocional
Empatia e Conexão com a Natureza: O Design Biofílico em escolas promove a empatia e a conexão com a natureza (Chawla, 2007), o que é crucial para o desenvolvimento de uma consciência ambiental infantil e para introduzir a responsabilidade ecológica nas futuras gerações.
Estímulo à Criatividade e Imaginação: Ambientes ricos em elementos naturais fomentam a criatividade e a imaginação das crianças e dos jovens (Louv, 2008). A natureza inspira os alunos a explorar, investigar e aprender de forma mais profunda e imaginativa.
Biofilia e Desempenho Escolar
Melhoria do Desempenho Escolar: A presença de elementos naturais pode levar a uma melhoria no desempenho escolar (Dirr & Heerwagen, 1984), já que ambientes que integram a biofilia incentivam a curiosidade, a aprendizagem ativa e a retenção de informações.
Aumento do comprometimento: A biofilia nas escolas pode aumentar a participação dos alunos nas atividades de aprendizagem (Kellert et al., 2008). Quando os alunos se sentem conectados com o ambiente ao seu redor, eles têm maior motivação para explorar, investigar e aprender.
Influência Forest School
Os benefícios da biofilia na educação são vastos e validados por uma base sólida de pesquisa científica. Desde melhorias cognitivas e emocionais até ganhos escolares e sociais, a presença da natureza no ambiente escolar é uma estratégia promissora para promover o desenvolvimento educacional de crianças e jovens.
À medida que as instituições educacionais procuram criar ambientes de aprendizagem mais eficazes e saudáveis, o Design Biofílico deve ser considerado como uma abordagem valiosa.
Na verdade, a adoção da Biofilia nas escolas surge como influência do conceito “Forest School” – uma abordagem educacional que coloca as crianças e jovens em contacto direto e regular com a natureza, geralmente em ambientes florestais ou ao ar livre, com o intuito de desenvolver um processo de aprendizagem holístico, ao invés da tradicional aquisição de competências escolares.
Originária da Escandinávia na década de 1950, esta abordagem espalhou-se por outros países tendo já chegado a Portugal. A Associação Escola da Floresta nasceu em Portugal com a intenção de estimular e nutrir o movimento Forest School.
Alguns dos benefícios apontados nesta abordagem são:
- alegria e diversão;
- confiança, autonomia e autoestima;
- motivação e concentração;
- resiliência e gestão de risco;
- desenvolvimento motor;
- autoconhecimento, empatia com o outro e com a natureza;
- cooperação;
- bem-estar.
Design de Interiores Biofílico com a Curae
A implementação bem-sucedida destes princípios requer um planeamento cuidadoso e a colaboração entre educadores, arquitetos, designers e comunidades escolares. Incorporar a biofilia em ambientes escolares não é apenas uma tendência, mas uma estratégia comprovada para promover o bem-estar e a aprendizagem holística dos alunos.
A Curae dispõe de uma equipa capaz de implementar projetos biofílicos que consideram as necessidades do espaço e das pessoas que o frequentam, aliando também os princípios do Design de Interiores. Para saberes como podemos ajudar-te, entra em contacto connosco.
Referências
Berman, M. G., et al. (2008). The Effect of Nature Experience on Restorative Benefits and Cognitive Function. "Psychological Science," 19(12), 1207-1212.
Kuo, F. E. (2001). Coping with Poverty: Impacts of Environment and Attention in the Inner City. "Environment and Behavior," 33(1), 5-34.
Wells, N. M. (2000). At Home with Nature: Effects of "Greenness" on Children's Cognitive Functioning. "Environment and Behavior," 32(6), 775-795.
Taylor, A. F., et al. (2001). Coping with ADD: The Surprising Connection to Green Play Settings. "Environment and Behavior," 33(1), 54-77.
Chawla, L. (2007). Childhood Experiences Associated with Care for the Natural World: A Theoretical Framework for Empirical Results. "Children, Youth and Environments," 17(4), 144-170.
Louv, R. (2008). "Last Child in the Woods: Saving Our Children from Nature-Deficit Disorder." Algonquin Books.
Dirr, M. A., & Heerwagen, J. H. (1984). The Effect of Classroom Gardens on Student Achievement. In "The Role of Horticulture in Human Well-Being and Social Development," 193-205.
Kellert, S. R., et al. (2008). "Biophilic Design: The Theory, Science, and Practice of Bringing Buildings to Life." Wiley.
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